01. Determinar a
estabilidade do fármaco em matrizes biológicas é de extrema importância. Para a
realização do estudo de estabilidade devem ser observados os parâmetros de exatidão,
precisão, linearidade, limite de detecção, limite de quantificação,
especificidade, limite de variação e robustez, previamente validados. Não faz parte dos ensaios de estabilidade:
(A)
os ciclos de congelamento e descongelamento.
(B)
de curta e longa duração.
(C)
de pós-processamento de amostra.
(D)
das soluções padrões.
(E)
em altas temperaturas.
02. Segundo o
Guia para provas de biodisponibilidade relativa/bioequivalência de
medicamentos, na Resolução - RE nº 1170, de 19 de abril de 2006, o estudo
poderá ser realizado comparando medidas farmacodinâmicas com uma alternativa.
Estudos que envolvem medida de efeito farmacodinâmico são indicados nos casos
em que:
(A)
ocorre a rápida metabolização do fármaco.
(B) a
concentração do fármaco é muita baixa na circulação.
(C)
não é possível quantificar o fármaco inalterado.
(D) o
fármaco apresenta farmacocinética não-linear.
(E) o
medicamento não é administrado pela via oral.
03. Sobre os
voluntários a serem recrutados para um estudo de biodisponibilidade
relativa/bioequivalência de medicamentos, analise as afirmativas a seguir.
I. Não poderão
ser incluídos indivíduos fumantes e com histórico de abuso de álcool ou drogas.
II. O peso dos
voluntários deverá estar em um limite de ± 20% do peso considerado normal para
homens e mulheres, levando-se em consideração altura e estrutura física.
III. Ambos os
sexos podem participar do estudo, porém a exclusividade de um dos sexos não é
impedida.
IV. Somente
pacientes portadores da patologia para a qual o medicamento é indicado poderão
participar do estudo, quando se tratar de medicamentos citotóxicos.
Assinale:
(A)
se somente a afirmativa I estiver correta.
(B)
se somente a afirmativa II estiver correta.
(C)
se somente a afirmativa III estiver correta.
(D)
se somente a afirmativa IV estiver correta.
(E)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
04. Para a
execução da análise farmacocinética é necessário que haja uma caracterização
adequada do perfil de concentração do fármaco, correspondendo à curva de
concentração versus o tempo. Para tanto, o cronograma de coleta das amostras deverá:
(A)
contemplar um tempo igual ou superior a 3-5 vezes o tempo de meia-vida de
eliminação do fármaco.
(B)
ser suficiente para caracterizar adequadamente a absorção do fármaco.
(C)
levar em consideração o volume de distribuição do fármaco.
(D)
ser suficiente para caracterizar adequadamente a distribuição do fármaco.
(E)
ser limitado por um número máximo de 12 amostras.
05. O número de
voluntários participantes de um estudo de biodisponibilidade
relativa/bioequivalência de medicamentos deverá sempre assegurar poder
estatístico suficiente para garantir a confiabilidade dos resultados. O número
de voluntários pode ser calculado por meio do coeficiente de variação do
fármaco e poder do teste. Entretanto, não é permitido o uso de número inferior a:
(A) 8
voluntários.
(B)
12 voluntários.
(C)
16 voluntários.
(D)
20 voluntários.
(E)
24 voluntários.
06. A
administração de medicamentos em concomitância com alguns alimentos pode
modificar a biodisponibilidade de fármacos. No caso de estudos de biodisponibilidade relativa/bioequivalência
com formas farmacêuticas orais de liberação controlada, o protocolo deverá
prever a administração do medicamento:
(A)
em jejum.
(B)
no estado alimentado.
(C)
no estado alimentado e em um outro período em jejum.
(D)
com dieta rica em proteína.
(E)
com dieta rica em gordura.
07. Os
parâmetros farmacocinéticos devem ser obtidos das curvas de concentração sanguínea
do fármaco versus tempo, e analisados estatisticamente para determinação da bioequivalência.
No caso de um estudo de bioequivalência com substâncias que são endógenas, como
por exemplo, hormônios sexuais, a análise estatística deverá ser realizada empregando
as concentrações plasmáticas quantificadas:
(A)
apenas sem a correção dos níveis basais.
(B)
apenas com a correção dos níveis basais.
(C)
com e sem correção dos níveis basais, sem restrições.
(D) com
e sem correção dos níveis basais, sendo que a conclusão da bioequivalência
deverá ser baseada nos valores não corrigidos.
(E)
com e sem correção dos níveis basais, sendo que a conclusão da bioequivalência
deverá ser baseada nos valores corrigidos.
08. Na análise
farmacocinética realizada com os dados de um estudo de bioequivalência,
deve-se:
I.
escolher o melhor modelo de compartimentos que se aplica ao fármaco estudado,
para a determinação dos parâmetros farmacocinéticos.
II.
determinar o pico de concentração máxima (Cmax) do fármaco e o tempo para
atingir este pico (Tmax) diretamente, sem interpolação dos dados.
III.
determinar a área sob a curva de concentração sanguínea versus tempo,
calculada do tempo zero ao tempo t (ASC0-t), onde t é o último tempo de coleta
de amostra.
IV.
determinar a área sob a curva de concentração sanguínea versus tempo, calculada
do tempo zero ao tempo infinito (ASC0-inf), onde ASC0-inf = ASC0-t + Ct/k, onde
Ct é a última concentração do fármaco determinada experimentalmente e k é a
constante de eliminação da fase terminal.
Assinale:
(A)
se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(B)
se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(C)
se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
(D)
se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(E)
Todas as alternativas estão corretas.
09. Os
medicamentos geralmente são administrados em doses repetidas com um intervalo
de tempo que permite um aumento da concentração sanguínea até que seja
alcançada uma concentração média estável, chamada de concentração no estado
estacionário. Deve-se utilizar a estratégia de doses repetidas em um estudo de bioequivalência:
(A)
nunca, pois são mais sensíveis a diferenças nas formulações do que estudos de
dose única.
(B)
nunca, pois são menos sensíveis a diferenças nas formulações do que estudos de
dose única.
(C)
quando, reconhecidamente, reduzem a variabilidade inter-individual no processo
de absorção do fármaco.
(D)
quando, reconhecidamente, reduzem a variabilidade intra-individual no processo
de absorção do fármaco.
(E)
sempre que possível, pois mimetizam a realidade da terapia medicamentosa.
10. Nem sempre o
voluntário que participa de um estudo biodisponibilidade
relativa/bioequivalência consegue completar todos os períodos previstos no
protocolo. Algumas vezes o voluntário pode ser retirado do estudo por
iniciativa do pesquisador. Não é considerado um motivo para retirada do voluntário por parte do
pesquisador:
(A)
doença intercorrente requerendo medicação.
(B)
eventos adversos ou sintomas de possível toxicidade.
(C)
não aderência às exigências do protocolo.
(D)
no momento da admissão, após reavaliação médica, resposta positiva a qualquer
dos critérios de exclusão.
(E) o
consumo de bebida alcoólica no período de 72 horas antes do estudo.
11. A RESOLUÇÃO
– RDC Nº 41, DE 28 DE ABRIL DE 2000 estabelece critérios mínimos para aceitação
de unidades que realizam ensaios de equivalência farmacêutica, biodisponibilidade
e bioequivalência em medicamentos. Para as unidades clínicas, são considerados
critérios mínimos para o funcionamento:
I.
mínimo de seis leitos dispostos em local que garanta a privacidade e a não
exposição do voluntário a pacientes ou a riscos de contrair doenças.
II.
supervisão médica durante todo o período do confinamento.
III.
existência de infra-estrutura para atendimento de emergências decorrentes do
procedimento.
IV. a
estocagem das amostras deve ser feita em congeladores em que haja controle de
temperatura em tempo integral.
Assinale:
(A)
se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(B)
se somente as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
(C)
se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(D)
se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(E)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
12. Observe os
cromatogramas abaixo e assinale a alternativa correta.
(A) O
cromatograma I mostra baixa eficiência.
(B) O
cromatograma III mostra baixa eficiência.
(C) O
cromatograma I mostra baixa seletividade.
(D) O
cromatograma II mostra alta seletividade.
(E) O
cromatograma IV mostra alta seletividade.
13. O sucesso de uma análise cromatográfica depende, fundamentalmente,
da coluna escolhida conforme a natureza das substâncias que se deseja
determinar. As colunas de fase reversa são as mais utilizadas na separação por
CLAE. Não é correto
afirmar, sobre as colunas de fase reversa, que:
(A)
são colunas de fase ligada.
(B) a
retenção pode ser aumentada, reduzindo a polaridade da fase móvel.
(C) a
polaridade da fase móvel utilizada é alta.
(D) a
amostra mais polar, elui mais rapidamente.
(E)
as do tipo C18, C8 e C2 são exemplos.
14. A vazão da
fase líquida, essencial para qualquer separação em um sistema de cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE), é mantida por uma, ou mais bombas. As
afirmativas abaixo são sobre as características das bombas usadas em CLAE:
I.
devem ser quimicamente inertes.
II.
as bombas recíprocas escoam volumes constantes de forma não contínua, isto é,
pulsante.
III.
as bombas de deslocamento contínuo são aquelas em que um pistão se desloca de
forma contínua em uma câmera.
IV.
as bombas de duplo pistão reduzem as pulsações que podem ser detectadas,
diminuindo as flutuações de linha de base.
(A)
se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(B)
se somente as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
(C)
se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(D)
se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(E)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
15. O detector é o módulo do sistema cromatográfico mais complexo e
caro. Vários detectores estão disponíveis para o uso com CLAE. Para a escolha
de um detector devem ser considerados critérios como sensibilidade,
detectabilidade, linearidade, repetitividade, forma do pico, vazão, temperatura
e facilidade de operação. É considerado um detector altamente seletivo e
sensível, com capacidade de detectar quantidades da ordem de picogramas e
insensível a vazão de fase móvel:
(A)
índice de refração.
(B)
qualquer espectrofotometria UV-Visível.
(C)
espectrofotometria UV-Visível com arranjo de fotodiodos.
(D)
fluorescência.
(E)
eletroquímico.
16. O Uso de um
espectrômetro de massa como um detector coloca algumas restrições sobre os
métodos cromatográficos utilizados. Esta situação é diferente quando consideramos
outros detectores. De fato, a transferência de métodos desenvolvidos em um HPLC
acoplado a um detector UV para um detector de massas nem sempre é possível. É
considerado uma limitação na transferência de metodologia do detector de UV
para o espectrômetro de massas:
(A) o
uso de colunas de grande comprimento.
(B) o
uso de fases móveis contendo modificadores não voláteis.
(C) o
tamanho de partícula da coluna utilizada.
(D) o
uso de fases móveis contendo baixa concentração de tampão.
(E) o
fluxo da fase móvel.
17. Na fonte de íons,
as amostras analisadas são ionizadas antes da análise no espectrômetro de
massa. Umas variedades de técnicas de ionização são utilizadas para a
espectrometria de massas. As considerações mais importantes são a energia
interna transferida durante o processo de ionização e as propriedades
físico-químicas da substância, que pode ser ionizada. É considerado um exemplo
de fonte de ionização a pressão atmosférica:
(A) eletronspray (ESI).
(B)
ionização por impacto de elétrons (EI).
(C)
ionização química (CI).
(D)
ionização por desorção de matriz laser assistida (MALDI).
(E) termospray (TSP).
18. Um
analisador de massa é um dispositivo que pode separar as espécies, ou seja,
átomos, moléculas, ou clusters, de acordo com sua massa. A separação deve ser
igualmente independente da conformação química das espécies. Todos os
analisadores de massa atualmente em uso são baseados em eletromagnetismo assim
os íons são necessários para obter a separação. Como há uma grande variedade de
fontes, vários tipos de analisadores de massa foram desenvolvidos. O analisador
do tipo quadrupolo é formado por quatro barras cilíndricas alinhadas
paralelamente entre si e equidistantes de um eixo central imaginário. O quadrupolo
seleciona e aceleram os íons por radiofrequência. Com o uso de equipamentos que
possuem quadrupolos em sequência, como o triploquadrupolo, é possível operar em
diferentes modos:
I.
Varredura dos íons-produto (Daughter Scan).
II.
Varredura dos íon-precurssor (Parent
Scan).
III.
Monitoramento de Múltiplas Reações (Multiple
Reaction Monitoring- MRM).
IV.
Espectro de perda neutra constante (Constant
Neutral Loss Spectrum).
Assinale:
(A)
se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
(B)
se somente as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
(C)
se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(D)
se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
(E)
se todas as afirmativa estiverem corretas.
19. No
desenvolvimento de um método por Cromatografia Líquida acoplada à
Espectrometria de Massas em Sequência, alguns parâmetros relacionados ao espectrômetro
de massas devem ser definidos, a fim de otimizar a detecção dos íons de
interesse. As alternativas a seguir apresentam parâmetros de otimização, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) A
energia do cone de extração.
(B) A
energia do cone de amostragem.
(C) A
temperatura do gás de dessolvatação.
(D) A
posição dos quadropólos.
(E) A
energia do capilar.
20. A maior vantagem do desenvolvimento de um método para um estudo de
bioequivalência por cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas
ao invés da cromatografia líquida acoplada ao detector de ultravioleta é:
(A)
diferenciar estereoisômeros.
(B)
os analitos não necessitam possuir cromóforo.
(C)
não necessita de estudos de estabilidade na validação.
(D)
não necessita de curva de calibração em cada corrida analítica.
(E)
não necessita de controles de qualidade em cada corrida analítica.
Concurso FIOCRUZ 2010 –
Gabarito - Gabarito –
Farmacocinética
01 E
02 B
03 C
04 A
05 B
06 C
17 E
08 A
09 D
10 E
11 E
12 B
13 B
14 E
15 D
16 B
17 A
18 E
19 D
20 B
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