Nas primeiras décadas do século XX, a maconha
era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. Aqui no Brasil, maconha era “coisa de negro”, fumada nos terreiros de
candomblé, para facilitar a incorporação e, nos confins do país, por agricultores depois
do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e
indianos e aos incômodos intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava eram os cada vez mais numerosos mexicanos – meio milhão deles cruzaram o Rio Grande entre 1915 e 1930 em
busca de trabalho. Muitos não acharam. Ou seja, em boa parte do Ocidente, fumar maconha era relegado a
classes marginalizadas e visto com antipatia pela
classe média branca.
Pouca gente sabia, entretanto que, a mesma
planta que fornecia fumo às classes baixas, tinha enorme importância econômica.
Dezenas de remédios, xaropes para tosse, pílulas para dormir entre outros continham cannabis. A indústria
de tecidos também dependia da cannabis.
O tecido de cânhamo era muito difundido,
especialmente para fazer cordas, velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. A
Ford estava desenvolvendo combustíveis e plásticos feitos a partir do óleo da semente de maconha. As plantações
de cânhamo tomavam áreas imensas na Europa e nos Estados Unidos.
“A proibição das drogas serve aos governos
porque é uma forma de controle social das minorias”, diz o
cientista político Thiago Rodrigues, pesquisador do Núcleo de
Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos. Funciona assim: maconha é coisa
de mexicano, mexicanos são uma classe incômoda. “Como não é possível proibir
alguém de ser mexicano, proíbe-se algo que seja típico dessa etnia”, diz Thiago. Assim, é possível manter sob controle todos os mexicanos – eles
estarão sempre ameaçados de cadeia. Por isso a proibição da maconha fez tanto
sucesso no mundo. O governo brasileiro
achou ótimo mais este instrumento para manter os negros sob controle. Os europeus também gostaram, pois podiam enquadrar seus
imigrantes.
THC (tetra-hidrocarbinol) é o principal componente
ativo da maconha. Sua fórmula estrutural é:
O THC é uma das 400 substâncias
produzidas pela planta Cannabis Sativa, conhecida
popularmente como maconha e uma das 60 substâncias presentes na maconha que são denominadas de canabinoides
(substâncias psicoativas). A estrutura química de uma molécula
de THC apresenta os grupos funcionais éter, fenol.
I - Solubilidade
O THC
apresenta uma baixa solubilidade em água, mesmo
apresentando o grupo OH (hidroxila) e o grupo C-O-C, que interagem com a água e
com o etanol por meio de ligações
de hidrogênio.
Apresenta
uma solubilidade maior em lipídios ou compostos apolares por apresentar a maior
parte da sua estrutura com caráter apolar, já que possui muitos átomos de
carbono e hidrogênio.
Como não é
muito solúvel na água, quando essa substância é ingerida (por meio de
medicamentos, por exemplo), terá uma eliminação maior nas fezes do que na
urina.
II - Estado físico e aparência:
Trata-se de
um sólido em temperatura ambiente com aparência vítrea límpida e transparente.
III - Ponto de Fusão e Ponto de Ebulição
Possui um
ponto de fusão igual a 66 oC e
um ponto de ebulição igual a 250 oC.
IV - Propriedades químicas do THC
a) quando exposto à luz, calor e ao
oxigênio, é transformado na substância canabidiol;
b) em meios
ácidos ou básicos, transforma-se
em outros canabinoides;
c) pode ligar-se a receptores de
canabinoides nos neurônios e, por isso, influenciar as seguintes ações biológicas:
* Funções motoras (controle dos
músculos);
* Funções cognitivas (diminuição da
percepção, atenção e memória, por exemplo);
Se uma pessoa sob efeito da droga
jogar um lençol para cima, verá sua queda em câmara lenta, pois sua percepção da realidade
diminuiu, são os enganos na avaliação do tempo e
do espaço.
Podemos dizer que, sob efeito da droga,
são capazes de ouvir insetos de maneira diferenciada, devido ao aumento da sensibilidade
auditiva.
Conseguem também, ainda sob efeito da
droga, visualizar vultos, devido às alucinações e delírios provocados pela ação
do THC.
* Antinocicepção (diminuição da
capacidade de sentir dor).
* Sono, perdem grande parte do sono
natural.
* Diminuição do apetite.
* Diminui
a produção de testosterona (hormônio responsável pela produção de
espermatozoides).
* O suor contínuo faz a capacidade de memorização diminuir.
* Reduz a imunidade.
**** Estudos
mostram que, na década de 60, o percentual de THC num cigarro era de 0,5%, hoje é
de até 5%. O que você conclui com isto?
Um dos derivados do THC, o Dronabidiol é
aplicado em pacientes com epilepsia refratária, para tratar a perda de apetite
causando perda de peso em pessoas com AIDS, também é utilizado para tratar a
náusea e os vómitos causados pela quimioterapia do cancro e é para ser usado
apenas quando outros medicamentos falharam para controlar náuseas e vómitos.
O canabidiol (CBD) é uma das substâncias químicas encontradas na Cannabis sativa,
e que constitui grande parte da planta, chegando a representar mais de 40% de seus extratos.
Um estudo da Universidade de São Paulo (2005)
demonstra a função antipsicótica do canabidiol. Este estudo deve servir como
base para a criação de um medicamento antipsicótico para
o tratamento da esquizofrenia. O canabidiol teria a
vantagem de provocar menos efeitos
colaterias do que as drogas atualmente disponíveis. Espera-se
que, mesmo que a cannabis possa
produzir sintomas psicóticos, esse efeito provenha unicamente do delta-9-tetraidrocanabinol (THC).
O canabidiol atua nos sistemas límbico e paralímbico, regiões
relacionadas às emoções. O estudo da USP, publicado pela revista Neuropsychopharmacology, foi o
primeiro do mundo a comprovar, por meio de neuroimagem,
o efeito tranquilizante da substância, segundo José Alexandre de Souza Crippa, do
Departamento de Neuropsiquiatria, da Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão
Preto, que coordena o estudo, realizado em cooperação com o
Instituto de Psiquiatria da USP, em São Paulo. Segundo o pesquisador, espera-se
que, no futuro, o canabidiol possa ser usado como medicação no tratamento de
transtornos da ansiedade, como a síndrome do pânico, a fobia social ou
o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
A substância parece reduzir a ansiedade sem causar dependência e com menor sedação (voz
pastosa e sonolência, por exemplo)
Um estudo publicado em 2014,
realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto(FMRP),
mostrou que o canabidiol pode ser eficaz no tratamento de pacientes com mal de
Parkinson, apresentando melhoras na qualidade de vida e no bem-estar
destes pacientes. O estudo foi publicado pela revista Journal of Psycopharmacology, da Associação Britânica de
Farmacologia.
O CBD é uma substância
canabinoide que, de acordo com pesquisadores, não causa efeitos psicoativos ou
dependência. O elemento possui estrutura química com grande potencial
terapêutico neurológico, tendo ação ansiolítica (diminuição da ansiedade),
antipsicótica, neuro-protetora, anti-inflamatória, antiepilética e age nos
distúrbios do sono. O estudo duplo-cego realizado mostrou ao final melhora no
quadro dos pacientes que ingeriram canabidiol na dose de 75 mg/dia, e ainda
melhor na dose de 300 mg/dia, não apresentando efeito colateral negativo, ao
contrário dos já utilizados hoje em dia que entre outros sintomas causam a discinesia
tardia.
Pelo
Professor Eudo Robson
- Técnico em Química
- Manipulador de Medicamentos
- Esteticista
- Cosmologista
- Dermo-Farmacêutico
- Químico Industrial
- Mestre em Química
- Doutorando em Cosmetologia
/2013/11/legalize-ja.html
pt.wikipedia.org/wiki/Canabidiol
https://translate.google.com.br
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