segunda-feira, 27 de junho de 2016

QUAL A DROGA MAIS VICIANTE? - PARTE 5



Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. Aqui no Brasil, maconha era “coisa de negro”, fumada nos terreiros de candomblé, para facilitar a incorporação e, nos confins do país, por agricultores depois do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e indianos e aos incômodos intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava eram os cada vez mais numerosos mexicanos – meio milhão deles cruzaram o Rio Grande entre 1915 e 1930 em busca de trabalho. Muitos não acharam. Ou seja, em boa parte do Ocidente, fumar maconha era relegado a classes marginalizadas e visto com antipatia pela classe média branca.


Pouca gente sabia, entretanto que, a mesma planta que fornecia fumo às classes baixas, tinha enorme importância econômica. Dezenas de remédios, xaropes para tosse, pílulas para dormir entre outros continham cannabis. A indústria de tecidos também dependia da cannabis.
O tecido de cânhamo era muito difundido, especialmente para fazer cordas, velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. A Ford estava desenvolvendo combustíveis e plásticos feitos a partir do óleo da semente de maconha. As plantações de cânhamo tomavam áreas imensas na Europa e nos Estados Unidos.
“A proibição das drogas serve aos governos porque é uma forma de controle social das minorias”, diz o cientista político Thiago Rodrigues, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos. Funciona assim: maconha é coisa de mexicano, mexicanos são uma classe incômoda. “Como não é possível proibir alguém de ser mexicano, proíbe-se algo que seja típico dessa etnia”, diz Thiago. Assim, é possível manter sob controle todos os mexicanos – eles estarão sempre ameaçados de cadeia. Por isso a proibição da maconha fez tanto sucesso no mundo. O governo brasileiro achou ótimo mais este instrumento para manter os negros sob controle. Os europeus também gostaram, pois podiam enquadrar seus imigrantes.


THC (tetra-hidrocarbinol) é o principal componente ativo da maconha. Sua fórmula estrutural é:

O THC é uma das 400 substâncias produzidas pela planta Cannabis Sativa, conhecida popularmente como maconha e uma das 60 substâncias presentes na maconha que são denominadas de canabinoides (substâncias psicoativas). A estrutura química de uma molécula de THC apresenta os grupos funcionais éter, fenol.


I -  Solubilidade
O THC apresenta uma baixa solubilidade em água, mesmo apresentando o grupo OH (hidroxila) e o grupo C-O-C, que interagem com a água e com o etanol por meio de ligações de hidrogênio.
Apresenta uma solubilidade maior em lipídios ou compostos apolares por apresentar a maior parte da sua estrutura com caráter apolar, já que possui muitos átomos de carbono e hidrogênio.
Como não é muito solúvel na água, quando essa substância é ingerida (por meio de medicamentos, por exemplo), terá uma eliminação maior nas fezes do que na urina.

II -  Estado físico e aparência:
Trata-se de um sólido em temperatura ambiente com aparência vítrea límpida e transparente.

III -  Ponto de Fusão e Ponto de Ebulição
Possui um ponto de fusão igual a 66 oC e um ponto de ebulição igual a 250 oC.

IV - Propriedades químicas do THC
a) quando exposto à luz, calor e ao oxigênio, é transformado na substância canabidiol;
b) em meios ácidos ou básicos, transforma-se em outros canabinoides;
c) pode ligar-se a receptores de canabinoides nos neurônios e, por isso, influenciar as seguintes ações biológicas:



* Funções motoras (controle dos músculos);
* Funções cognitivas (diminuição da percepção, atenção e memória, por exemplo);
Se uma pessoa sob efeito da droga jogar um lençol para cima, verá sua queda em   câmara lenta, pois sua percepção da realidade diminuiu, são os enganos na avaliação do tempo e do espaço.


Podemos dizer que, sob efeito da droga, são capazes de ouvir insetos de maneira diferenciada, devido ao aumento da sensibilidade auditiva.
Conseguem também, ainda sob efeito da droga, visualizar vultos, devido às alucinações e delírios provocados pela ação do THC.
* Antinocicepção (diminuição da capacidade de sentir dor).
* Sono, perdem grande parte do sono natural.
* Diminuição do apetite.
* Diminui a produção de testosterona (hormônio responsável pela produção de espermatozoides).
  * O suor contínuo faz a capacidade de memorização diminuir.
  * Reduz a imunidade.


**** Estudos mostram que, na década de 60, o percentual de THC num cigarro era de 0,5%, hoje é de até 5%. O que você conclui com isto?


Um dos derivados do THC, o Dronabidiol é aplicado em pacientes com epilepsia refratária, para tratar a perda de apetite causando perda de peso em pessoas com AIDS, também é utilizado para tratar a náusea e os vómitos causados pela quimioterapia do cancro e é para ser usado apenas quando outros medicamentos falharam para controlar náuseas e vómitos.



canabidiol (CBD) é uma das substâncias químicas encontradas na Cannabis sativa, e que constitui grande parte da planta, chegando a representar mais de 40% de seus extratos.
   


Um estudo da Universidade de São Paulo (2005) demonstra a função antipsicótica do canabidiol. Este estudo deve servir como base para a criação de um medicamento antipsicótico para o tratamento da esquizofrenia. O canabidiol teria a vantagem de provocar menos efeitos colaterias do que as drogas atualmente disponíveis. Espera-se que, mesmo que a cannabis possa produzir sintomas psicóticos, esse efeito provenha unicamente do delta-9-tetraidrocanabinol (THC).
O canabidiol atua nos sistemas límbico e paralímbico, regiões relacionadas às emoções. O estudo da USP, publicado pela revista Neuropsychopharmacology, foi o primeiro do mundo a comprovar, por meio de neuroimagem, o efeito tranquilizante da substância, segundo José Alexandre de Souza Crippa, do Departamento de Neuropsiquiatria, da Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, que coordena o estudo, realizado em cooperação com o Instituto de Psiquiatria da USP, em São Paulo. Segundo o pesquisador, espera-se que, no futuro, o canabidiol possa ser usado como medicação no tratamento de transtornos da ansiedade, como a síndrome do pânico, a fobia social ou o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). A substância parece reduzir a ansiedade sem causar dependência e com menor sedação (voz pastosa e sonolência, por exemplo)
Um estudo publicado em 2014, realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto(FMRP), mostrou que o canabidiol pode ser eficaz no tratamento de pacientes com mal de Parkinson, apresentando melhoras na qualidade de vida e no bem-estar destes pacientes. O estudo foi publicado pela revista Journal of Psycopharmacology, da Associação Britânica de Farmacologia.
O CBD é uma substância canabinoide que, de acordo com pesquisadores, não causa efeitos psicoativos ou dependência. O elemento possui estrutura química com grande potencial terapêutico neurológico, tendo ação ansiolítica (diminuição da ansiedade), antipsicótica, neuro-protetora, anti-inflamatória, antiepilética e age nos distúrbios do sono. O estudo duplo-cego realizado mostrou ao final melhora no quadro dos pacientes que ingeriram canabidiol na dose de 75 mg/dia, e ainda melhor na dose de 300 mg/dia, não apresentando efeito colateral negativo, ao contrário dos já utilizados hoje em dia que entre outros sintomas causam a discinesia tardia.

Pelo Professor Eudo Robson
- Técnico em Química
- Manipulador de Medicamentos
- Esteticista
- Cosmologista
- Dermo-Farmacêutico
- Químico Industrial
- Mestre em Química
- Doutorando em Cosmetologia


/2013/11/legalize-ja.html
pt.wikipedia.org/wiki/Canabidiol
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